Mais de 12 mil migrantes encontram em Maringá um novo lar para recomeçar 2c6m55
Maringá tem registrado um número crescente de migrantes nos últimos anos. Segundo dados da Prefeitura, atualmente estima-se que cerca de 12 mil migrantes vivam na cidade. Esse número sobe para cerca de 16 mil quando se considera a região. A Secretaria de Juventude, Cidadania e Migrantes da cidade (Sejuc) tem atuado diretamente na integração e acolhimento dessas pessoas, com serviços essenciais para a adaptação ao novo país.
A migrante ucraniana Halyna Yakovenko, que chegou à cidade em 2022 com seus irmãos, compartilhou sua história em entrevista ao GMC Online. A jovem, que morava na cidade de Pontava, na Ucrânia, antes do início da guerra, chegou ao Brasil sem saber exatamente qual cidade ocuparia.
“Eu não pensava em ficar no Brasil, não sabia português e imaginei que seria apenas uma estadia temporária, de dois ou três meses. Porém, a guerra não acabou como esperávamos, e eu acabei ficando”, afirmou.
Atualmente, Halyna tem 24 anos e trabalha como professora de ucraniano, russo e português. Ela também estudou comércio exterior e, antes de lecionar, trabalhou como barista. Sua adaptação ao idioma foi gradual. “No começo, eu não sabia nada de português, mas quando comecei a trabalhar como barista, ei a praticar e a aprender muito mais rápido”, contou.
Destino de acolhimento 2y6c5b
De acordo com a secretária da Sejuc, Sandra Franchini, Maringá tem sido um destino de acolhimento para migrantes de várias partes do mundo. “Nós temos aproximadamente 12 mil migrantes apenas em Maringá, mas a Polícia Federal abrange uma região de 92 cidades, o que soma cerca de 19 a 20 mil migrantes. Por isso, o número tem aumentado, especialmente devido à situação de guerra e crise em países vizinhos”, explicou.
A cidade tem sido um ponto de recepção para migrantes de diversas nacionalidades, incluindo venezuelanos, haitianos e, em menor número, ucranianos.
“O Maringaense é muito receptivo, principalmente no que diz respeito à empregabilidade. Muitas instituições aqui têm um número significativo de migrantes empregados, o que é um reflexo da ajuda que a cidade oferece”, destacou a secretária.
O papel do Instituto Sendas no acolhimento de migrantes em Maringá 1r4w2y
Natural da Venezuela, o co-fundador do Instituto Sendas, Erick Perez chegou a Maringá em 2015 com o intuito de ajudar outros imigrantes, especialmente bolivianos, que enfrentavam dificuldades no Brasil. Ao longo dos anos, percebeu a necessidade de estruturar um trabalho mais formal e eficaz, e em 2019 fundou o Instituto Sendas.
“Quando chegamos a Maringá, a cidade já era conhecida por ser acolhedora, mas a fundação do Instituto Sendas nasceu da necessidade de organizar melhor esse acolhimento. Nosso trabalho é garantir que os imigrantes se sintam parte da cidade, com dignidade e respeito pelas suas culturas”, explicou Erick.
Com foco na inclusão social, o Instituto oferece cursos de língua portuguesa, apoio jurídico e psicológico, além de parcerias com universidades e empresas locais para facilitar a inserção no mercado de trabalho. “Nós não queremos apenas ajudar, mas transformar. A integração dos imigrantes é um processo contínuo e exige um esforço coletivo”, destacou.
Além de sua trajetória pessoal, Erick observa que a cidade de Maringá tem sido um exemplo de acolhimento, refletindo a vontade de muitos imigrantes de se estabelecerem na cidade.
“O maringaense é muito receptivo, especialmente no que diz respeito à empregabilidade. O mercado de trabalho aqui é muito aberto para os migrantes, e isso é fundamental para nossa integração”, disse.
Dados e tendências migratórias 4b5e29
Segundo dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra), entre 2017 e 2023, o Brasil registrou a entrada de 3.585 migrantes em Maringá, considerando diversas situações migratórias, como refúgio e residência temporária ou permanente.
Em 2024, o Brasil recebeu 194.331 migrantes, com destaque para os venezuelanos, que lideram a lista com 94.726 pessoas. Por isso, esses migrantes chegam principalmente pela fronteira de Roraima, onde a Operação Acolhida oferece apoio para sua integração.
Além dos venezuelanos, no Brasil também há um grande número de migrantes da Colômbia e do Afeganistão. No entanto, a reunião familiar tem sido a principal razão para as solicitações de abrigo no Brasil, com 16.567 registros, seguida por motivos de trabalho (14.507) e estudo (8.725).
Os dados de 2024 revelam um fluxo contínuo de pessoas que buscam novas oportunidades no país, com destaque para os migrantes venezuelanos, que atualmente vivem em 1.026 municípios brasileiros, incluindo Curitiba e Manaus.
De acordo com a secretária de Juventude, Cidadania e Migrantes, Sandra Franchini, o projeto da Prefeitura de Maringá para este ano inclui a implementação de um banco de dados único para migrantes, com o objetivo de melhorar o controle e facilitar o atendimento a essas pessoas em trânsito por diferentes regiões do estado.
Veja fotos do trabalho realizado com migrantes em Maringá o2fk
Fotos: Luiz Brunelo
