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Jiantan apresenta estudo inédito sobre pegada de carbono na soja no X Congresso Brasileiro de Soja 5q3p24
Pesquisa oferece uma solução concreta para conciliar eficiência produtiva e conservação ambiental 5b4ya
Por Redação GMC Online Publicado 03/06/2025 às 10h12
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Foto: Divulgação
Uma abordagem inovadora para a sustentabilidade agrícola será apresentada no X Congresso Brasileiro de Soja, que acontece em Campinas, de 21 a 24 de julho de 2025. O artigo “Pegada de carbono na produção de soja: insetting por serviços ambientais em propriedade rural no Paraná”, elaborado por João Berdu (Jiantan), Marcelo Farid Pereira (UEM) e Rodolfo Coelho Prates (PUC PR), foi aprovado para apresentação e mostra como é possível aliar produtividade com responsabilidade ambiental na agricultura brasileira.
Com a crescente demanda por alimentos e a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), a pesquisa oferece uma solução concreta para conciliar eficiência produtiva e conservação ambiental, um desafio central quando se fala em pegada de carbono na soja.
Soja paranaense: exemplo de boas práticas
O estudo foi realizado em uma propriedade rural de 203,68 hectares em Ivatuba, no Paraná, focada na produção de soja e milho. A Jiantan, startup de Maringá fundada em 2022 e selecionada pelo programa Paraná Anjo Inovador, coordenou a execução e aplicou sua metodologia exclusiva para mensuração das emissões. O inventário de GEE foi feito na safra 2022/2023 em uma área de 196 hectares plantada com soja, seguindo os padrões ISO 14064-1 e o Programa Brasileiro GHG Protocol, garantindo credibilidade e transparência nos dados.
Foto: Divulgação
A produção total de soja foi de 790 toneladas, com uma pegada de carbono de 302,61 kg de CO₂ equivalente por tonelada produzida. A maior parte das emissões foi atribuída à combustão móvel, ligada ao uso de maquinário agrícola, representando 58,91% do total. O uso de biofertilizantes se destacou positivamente ao reduzir emissões de óxido nitroso (N₂O), que responderam por 40,43%. Já as emissões de energia elétrica e as fugitivas somaram apenas 0,66%. O estudo confirma o predomínio das emissões diretas, classificadas como escopo 1, que corresponderam a 99,55% do total registrado.
Um dos pontos centrais da pesquisa foi a quantificação do sequestro de carbono pelas áreas de mata nativa da propriedade. Ao longo de 12 meses, os 37,88 hectares de vegetação nativa removeram 172,35 toneladas de CO₂ da atmosfera. Essa estimativa foi feita com base em metodologias reconhecidas pelo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A reserva legal da fazenda, com 33,71 hectares, respondeu por 153,38 toneladas removidas; a vegetação remanescente, com 1,06 hectare, por 4,83 toneladas; e a área de preservação permanente, com 3,11 hectares, por 14,15 toneladas ao ano.
Insetting e valorização dos serviços ambientais
Outro destaque é o potencial do insetting, o que permite a compensação de emissões de gases de efeito estufa dentro da própria cadeia produtiva. A metodologia da Jiantan comprova que a produção agrícola pode ser diretamente vinculada aos serviços ambientais prestados pelas matas nativas da propriedade. Com isso, a fazenda estudada pode comercializar 569 toneladas de soja, o equivalente a 72,09% da produção, com as emissões já compensadas pelas áreas de vegetação nativa preservada.
Modelo de negócio beneficia produtores e empresas
Além de agregar valor ambiental e econômico à produção, o modelo proposto pela Jiantan permite que empresas compensem suas emissões por meio da aquisição dos Bônus de Remoção de Carbono (BRC). O produtor rural pode se cadastrar gratuitamente na plataforma da startup, anexando o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e seus dados pessoais, e tem sua mata nativa validada por imagens de satélite. Após a validação, a Jiantan comercializa o serviço ambiental e rea ao produtor R$ 31,20 por tonelada de CO₂ removido. Cada certificado emitido vem acompanhado de um selo de compensação e um QR Code que direciona para o Google Maps, onde é possível visualizar a área da mata nativa responsável pela remoção.
Pauta do Leitor 5l1h14
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