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Diversidade etária nas empresas: A hipocrisia velada nos processos seletivos 5g5w4y
Por Jeferson Cardoso Publicado 28/06/2024 às 09h15
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Recentemente, um amigo compartilhou sua experiência frustrante ao participar de um processo seletivo no Nubank. Após seis meses de espera sem qualquer , ele descobriu que outros candidatos mais jovens, com uma aparência “mais aderente”, estavam sendo contratados, independentemente de suas qualificações técnicas ou comportamentais. A impressão que ficou é que ele foi preterido por não se enquadrar no padrão físico e etário que agrada os recrutadores. Esse episódio revela uma realidade desconfortável: enquanto muitas corporações pregam a diversidade, na prática, contratam apenas um exército de padrões.
Foto: Freepik
Quem está procurando trabalho conhece bem a conclusão dessa história. Termos como EXPERIÊNCIA, CERTIFICAÇÃO, ADERENTE, ADEQUADO, REQUISITOS, HARD SKILL, e SOFT SKILL são frequentemente usados como eufemismos para justificar a exclusão de candidatos com base em preconceitos velados.
Evidências Científicas do Preconceito Etário
Pesquisas mostram que preconceitos relacionados à idade nos processos seletivos são reais e frequentes. Um estudo publicado na “Harvard Business Review” destacou que candidatos mais velhos são menos propensos a serem contratados, independentemente de suas qualificações. Outro estudo da “National Bureau of Economic Research” revelou que candidatos acima de 50 anos têm 50% menos chance de receber uma oferta de emprego em comparação com candidatos mais jovens.
A Realidade dos Processos Seletivos
Os processos seletivos estão cada vez mais escondendo preconceitos e normativas que não dão aos candidatos clareza sobre os motivos pelos quais são excluídos. É comum ouvir de profissionais acima dos 40 anos que sentiram o preconceito durante as entrevistas. Empresas tendem a preferir um perfil jovem e “descolado”, em detrimento de candidatos com vasta experiência e competência, simplesmente por causa da aparência.
Desafios e Soluções
Em algumas empresas, a faixa etária predominante é entre 22 e 33 anos, com CEOs de aparência jovem. Esse preconceito não se limita apenas à idade, mas também à aparência, cor, credo e etnia. A diversidade tão proclamada é, muitas vezes, apenas uma fachada, com práticas internas que perpetuam a exclusão.
Por outro lado, algumas empresas adotam políticas de cotas que, embora bem-intencionadas, podem acabar gerando um ambiente de trabalho tenso e desconfortável. A verdadeira solução para essa questão a por um diálogo honesto e aberto sobre diversidade e inclusão.
A Importância da Atualização Profissional
Profissionais com mais de 40 anos precisam se atualizar, abandonar resistências tecnológicas e se mostrar abertos a novas ideias e tecnologias. A sabedoria e a vivência desses profissionais são insubstituíveis, e sua capacidade de conduzir diálogos inteligentes e de alto nível é algo que os mais jovens frequentemente carecem.
O Papel dos RHs na Diversidade Etária
Como profissionais de RH, temos a difícil tarefa de promover a diversidade etária de maneira genuína, sem forçar contratações que possam ser traumáticas para ambas as partes. É essencial reconhecer nossos próprios preconceitos e trabalhar para superá-los. Não adianta promover campanhas de endomarketing como “60 MAIS” se, na prática, não conseguimos sequer conviver com nossos pais e avós.
Conclusão
A diversidade nas empresas não deve ser apenas um discurso bonito, mas uma prática concreta e inclusiva. Somente assim poderemos construir um ambiente de trabalho verdadeiramente diverso e enriquecedor para todos.
Sobre o autor
Esse artido é assinado por Jeferson Cardoso, que é CEO da Intalenti, colunista de RH na MIX FM e CBN Maringá, presidente da ABRH Noroeste-PR, professor e palestrante. Saiba mais sobre ele.
Pauta do Leitor 5l1h14
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