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Dia do Café: conheça o barista maringaense criador da Brasil Coffee Week 41216
Por Brenda Caramaschi Publicado 24/05/2025 às 11h52
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O jornalista e barista Diego Drush é criador da Brasil Coffee Week, que nasceu em Maringá. / Foto: arquivo pessoal
Se em 14 de abril é comemorado o Dia Mundial do Café, que coincide com o início da colheita do grão tão amado em várias regiões do hemisfério sul, no dia 24 de maio celebramos o Dia Nacional do Café e do Barista. A data foi instituída em 2005 pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) para celebrar o início da colheita nas principais regiões cafeeiras do país, maior produtor e exportador de café do mundo e como um reconhecimento merecido para quem transforma café em arte todos os dias. E um barista nascido em Maringá tem colaborado com a expansão desse mercado em diferentes regiões do país por meio de um festival que celebra a bebida: o Brasil Coffee Week.
Diego Drush transita entre a comunicação e o universo do café atuando, muitas vezes, como ponte. Em Maringá, ele ajudou a construir os cardápios de cafeterias como King’s Café, Café Tamura, Le Petit e Fica Leve. A conexão entre Diego e a gastronomia vem das memórias da infância, com pães fresquinhos saindo nas padarias da família. Os pais, avós e tios tocavam panificadoras pela cidade. E ali, atendendo aos clientes desde muito cedo, o menino descobriu que gostava de se comunicar. Foi estudar jornalismo, atuou na área por um tempo, migrou para a publicidade, se mudou para São Paulo, e foi na capital paulista que teve o primeiro contato com o café especial.
“No meio de comunicação você toma muito café. Mas foi em São Paulo que eu fui conhecer mesmo o café especial, fazendo home office, trabalhando em cafeteria, até que um dia um atendente me explicou o que era esse café, e eu entendi que era um outro produto. Eu frequentava muitas cafeterias em São Paulo. Já estava um pouco cansado de comunicação e falei ‘acho que eu vou estudar café pra saber uma outra coisa’”, conta Drush.
Diego Drush pensou no universo cafeeiro como transição de carreira, mas acabou unindo o conhecimento sobre o grão à comunicação. / Foto: arquivo pessoal
Buscando mais uma mudança, o jovem inquieto decidiu mergulhar mais fundo no recém-descoberto mundo do café. Decidiu fazer um curso de barista em Curitiba e foi de mudança para a capital paranaense. Começou a trabalhar em cafeterias da capital paranaense para ter uma vivência mais prática da profissão. “Lá tem muita cafeteria, o mercado de lá é muito latente em relação a café, muito tradicional também. Quando você fala de café especial, acho que São Paulo e Curitiba foram os primeiros centros urbanos a falar disso, a trazer esse produto novo para o mercado”. Depois de um ano, Diego decidiu fazer um mochilão. Durante quatro anos percorreu a América Latina trabalhando com turismo e hospitalidade, mas as raízes o trouxeram de volta à Maringá.
“Quando eu voltei para cá eu fiquei muito perdido. Eu tive uma crise existencial gigantesca. Eu tinha feito 30 anos, não sabia se voltava para o jornalismo, se ia para a área de café. Isso foi em 2019. Pensei: ‘acho que o café vai ser uma maneira de eu começar a me destacar profissionalmente aqui em Maringá, porque é algo que ainda não se fala’. Eu queria trabalhar com algo e falar desse algo também, porque a comunicação nunca saiu de mim”. A união das duas paixões nasceu com o Manifesto Café, uma página no Instagram criada para divulgar informações relacionadas ao grão, da plantação até a xícara, conectando produtores, baristas, donos de cafeterias e apaixonados por café. Mas nessa época, dava para contar nos dedos a quantidade de cafeterias da cidade que serviam cafés especiais. O movimento, que depois teve um “boom”, ainda era quase embrionário.
No meio da pandemia, ele ousou criar a primeira edição do Maringá Coffee Week, que reuniu 12 estabelecimentos participantes oferecendo um menu com um prato e uma bebida a base de café a preço fixo e reduzido, democratizando o o a produtos de qualidade. “Eu consumia muito o Restaurante Week, que é a versão de restaurante, que tem várias capitais do Brasil. Em 2020 você via surgindo muitas cafeterias pelo Brasil, as pessoas querendo, mas veio a pandemia. E aí eu lembrei desse festival. Eu falei: ‘acho que a quantidade de cafeterias que já tem em Maringá dá para fazer um festival parecido, juntar as cafeterias, ter um menu promocional, que eu sei que isso estimula as pessoas irem, porque ela já tem noção do quanto ela vai gastar, né?’. E aí a primeira edição deu muito certo”, relembra.
Na segunda edição, o número de estabelecimentos participantes quase dobrou e no terceiro ano do festival, outras cidades aderiram ao evento, e assim surgiu a Brasil Coffee Week, hoje presente em cinco estados brasileiros, movimentando centenas de cafeterias, padarias e confeitarias. A preparação para a edição de cada cidade começa com cerca de dois meses de antecedência.
O público novo que o evento leva a esses lugares faz muitos participantes encararem a Coffee Week como um divisor de águas. O faturamento de alguns estabelecimentos chega a triplicar, quadruplicar, durante os dias de festival. “É um festival gastronômico, mas é um entrelace que impacta muito a vida das pessoas e dos estabelecimentos. Um negócio conseguiu mudar por causa de um festival e, automaticamente, a vida das pessoas ligadas a esse negócio. Então eu me sinto muito grato por todas essas coisas que estão acontecendo. É muito o resultado de acreditar um no trabalho do outro também e nessa força conjunta”, afirma o organizador.
Na edição 2025, que vai de 06 a 22 de junho em Maringá, são 50 estabelecimentos participantes, na cidade e na região – há participantes em Sarandi, Marialva, Mandaguari e Campo Mourão. “A gente tinha uma história com o café. Eu acho que isso enraizou ainda mais na identidade do Maringaense, né">Pauta do Leitor
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