Perspectivas para 2025 4v4r5o
Em 2025, a economia brasileira enfrenta um cenário desafiador, com projeções de crescimento mais modesto e uma política monetária restritiva que pode impactar o consumo, o investimento e o mercado de trabalho. A seguir algumas apresentações macroeconômicas.

Crescimento econômico e política monetária 6b37z
Em 2025, a economia brasileira deve crescer 2,4%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Contudo, a política monetária será um fator importante para a atividade econômica, com a taxa Selic média prevista para 13,7% ao ano, mais alta do que a de 2024 (10,9%). O Banco Central iniciou o aperto monetário em setembro de 2024. A expectativa é que a Selic continue subindo no começo de 2025 até 14,25. Além disso, os fatores que impulsionaram consumo e investimento devem ser mais fracos em 2025. Espera-se uma redução do impulso fiscal sobre a economia devido ao novo arcabouço fiscal e medidas anunciadas pelo Governo Federal, em comparação com 2024.
Consumo e investimento 5m4vt
Em 2025, o consumo e o investimento no Brasil continuarão crescendo, mas de forma mais moderada em comparação com 2024. A expansão do crédito, do mercado de trabalho e dos gastos públicos será mais fraca, e o aumento das taxas de juros reduzirá a disponibilidade de crédito e aumentará os custos de investimento, principalmente na indústria da construção e em setores dependentes de crédito (CNI, 2025).
Setor industrial 142i
Os especialistas do CNI (2025) afirmam que a indústria deve crescer 2,1% em 2025, com destaque para a indústria de transformação, que terá um crescimento de 2%, impulsionado pela desvalorização do real e medidas de defesa comercial. A indústria da construção, por outro lado, enfrentará uma desaceleração, com um crescimento de apenas 1,8%, devido à elevação das taxas de juros e menores ganhos reais de rendimento.
Emprego e inflação 6z3tf
De acordo com CNI (2025) no mercado de trabalho, espera-se um crescimento mais modesto, com uma alta de 1,2% no número de pessoas ocupadas e 3,3% na massa de rendimento real. A taxa de desemprego deverá ser de 6,6% ao final do ano. A inflação, por sua vez, deve desacelerar para 4,2%, impulsionada pela menor demanda e pelo controle fiscal, com destaque para o aumento da produtividade agrícola.
Setor externo 6h1t34
Trump propôs aumentar as tarifas de 10% a 20% sobre todos os produtos estrangeiros, com exceção da China, cujos produtos seriam taxados em 60%. Embora Trump defenda que as tarifas beneficiem a indústria nacional ao criar empregos, tem-se previsões de que essas tarifas podem reduzir o crescimento global, afetando não apenas os mercados europeus, mas também os emergentes, incluindo o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço aos Estados Unidos. A imposição de tarifas de 25% sobre alumínio e aço, assinada por Trump em fevereiro de 2025, visa apoiar a indústria americana, mas pode resultar em retaliações e um ciclo de tensão comercial global (CNN, 2025)
Um outro ponto que vale ser citado é que, o aumento nos custos de produção devido às tarifas pode elevar o preço de bens para os consumidores americanos e afetar o poder de compra. A longo prazo, isso poderia reduzir o crescimento global, prejudicar a estabilidade dos mercados financeiros e até gerar uma desaceleração econômica em várias economias interconectadas.
Por fim, no Boletim Focus divulgado pela manhã, a projeção para o dólar ao final de 2025 caiu para R$ 5,99, marcando a primeira vez que a estimativa fica abaixo de R$ 6 desde meados de janeiro. No entanto, as projeções para os próximos anos aumentaram, com a mediana para 2027 subindo de R$ 5,90 para R$ 5,92, e para 2028 ando de R$ 5,90 para R$ 5,93. Quanto ao PIB, o relatório aponta para uma estabilidade, enquanto a Selic deve sofrer um aumento de cerca de 15% neste ano. uma Selic alta e a estabilidade do PIB indicam que o Brasil pode continuar enfrentando desafios econômicos, com um crescimento modesto e um ambiente de juros elevados, que restringem o crédito e os investimentos. Esse cenário pode limitar a recuperação econômica e continuar a gerar incertezas para consumidores e empresas.

Fonte: relatório FOCUS, 2025